Já faz um tempo desde que tudo que nossos computadores precisavam eram do Word, Internet Explorer e WinZip — ICQ e Winamp se você entendesse do assunto. Bons tempos aqueles em que não se reclamava de velocidade (e olha que havia muito mais motivo que hoje) e o offline ainda era mais importante. Computador era para trabalho, e o máximo de entretenimento que a internet oferecia era baixar músicas –se você fosse paciente–, ler piadas online ou bater papo, algo que você pode não acreditar, mas era divertido mesmo correndo o risco daquela loira de olhos azuis que você achava estar conversando ser, na verdade, o Paulão de 2 metros de altura.
A tecnologia evoluiu tanto que aquela época parece ter existido há décadas. Os computadores de hoje estão mais para o nosso terceiro braço e segundo cérebro do que para um eletrônico que você pode escolher ter ou não em casa. Confesso que acho estranho quando conheço alguém que não tem um notebook ou empresas que ainda utilizam velhos monitores de tubo. Uma das mais recentes tendências da informática é a forma como os softwares são oferecidos. Lembro da época em que tinha uma grande pasta cheia de CDs com programas adquiridos em revistas, copiados de amigos ou baixados às duras penas. Hoje, apenas os mais robustos são oferecidos em discos, a maioria é via download ou acessado pela nuvem. Até o termo “programa” ficou ultrapassado, assim com “informática”. No lugar vieram os apps, cuja integração é tão grande que podem ser instalados direto no navegador, ser sincronizado em dispositivos móveis e mudar a forma como você usa o Windows.
Os computadores mudaram e com eles a forma como os usamos. Mas será que aproveitamos toda sua potencialidade? É certo que não. Se antes eles eram limitados ao envio e recebimento de mensagens e outras tarefas simples, hoje as possibilidades são quase infinitas, e cabe a nós encontrarmos maneiras de aumentar sua eficiência. Caso contrário, ele servirá apenas para mandar email, acessar o Facebook e ver vídeos, nada muito diferente de 15 anos atrás.
Resolvi trazer 4 programas — ou apps — que demonstram todo o calibre dessa nova geração de software. De início, você pode achar que não precisa deles (ou que é trabalhoso, algo muito comum em quem não é muito familiarizado com a tecnologia), mas uma vez que começa a usar, verá que o ganho em produtividade, praticidade e organização é enorme.
WUNDERLIST
Planejar o seu dia é fundamental se você quiser dar conta dos compromissos sem enlouquecer. O LifeHacker divide em cinco os tipos de tarefas do nosso dia a dia:
O que você tem que fazer agora
O que você tem que fazer depois
O que você tem que planejar
O que você tem que delegar
O que você tem que fazer todos os dias
O Wunderlist é perfeito para administrar os cinco tipos de tarefas. Ele não é apenas simples, elegante e versátil como tem potencial para aposentar recados de geladeira, Post-Its e as anotações do celular que você nunca lembrará de olhar. Ele nada mais é do que um listador de tarefas — com algumas opções muito úteis — , e se você não usa um, agora é uma boa hora para começar. Com o Wunderlist você separa as tarefas por categorias, define prazo (é lembrado quando estiver próximo), define subtarefas, prioridade, faz anotações e anexar arquivos. Uma vez atualizado, é só você checar as tarefas mais importantes e as que precisam ser finalizadas hoje. Se esquecer de acessar, não se preocupe, o app para iPhone, iPad e Android lhe avisará dos compromissos.
Algumas tarefas são mais complexas do que outras, e envolvem subtarefas, vários prazos e outras pessoas. O Wunderlist não chega a ser um gerenciador de tarefas robusto o suficiente para dar conta de vários projetos e equipes, mas para a grande maioria de atividades menos complexas — e compromissos do dia a dia — ele é ótimo. É oficialmente o meu assistente número 1.
DROPBOX
Milhões de pessoas no mundo concordariam que é possível viver sem televisão, relógio e macarrão instantâneo, mas sem Dropbox não dá. Ele é o tipo de programa (embora não se pareça com um) que nos faz pensar “como eu pude viver sem até hoje?”. O DropBox foi o primeiro serviço de armazenagem na nuvem a se tornar popular, provavelmente pela capacidade incrível de se integrar ao Windows ou Mac. Uma vez configurado, você nem nota que ele está lá, parece um diretório qualquer do sistema, mas que cria uma cópia na nuvem de tudo que há dentro dele, permitindo que você acesse de qualquer dispositivo ou computador onde quer que esteja.
Google e Microsoft tem suas versões do recurso (Drive e SkyDrive), mas elas não chegam aos pés do DropBox em matéria de praticidade e conveniência. É a ferramenta ideal para acessar arquivos do computador pelo iPad e essencial se você quer trocar arquivos entre seu computador de casa e do trabalho, além de compartilhar arquivos com outras pessoas (elas não precisam ter uma conta). Com uma boa conexão de internet, o DropBox ainda pode funcionar como uma pequena rede, economizando um bom direito na criação de uma rede convencional.
Você começa com 2GB e vai ganhando espaço conforme realiza pequenas tarefas como convidar um amigo ou instalar um aplicativo (instale o MailBox no seu iPhone e ganhe 1GB!). Há ainda planos pagos para empresas ou quem precisa de muito espaço.
Dica: Se você é preocupado com segurança, considere usar o BoxCryptor.
FENCES
Você não consegue organizar o seu desktop de jeito nenhum? Perde-se facilmente entre os ícones e arquivos salvos na mesa de trabalho? Precisa deletar ícones para abrir espaço novos? Seus problemas acabaram, o Fences organizará seu desktop como você nunca viu!
Eu estou sou longe de ser maníaco por organização, mas quando se trata das minhas áreas de trabalho, minha mãe ficaria orgulhosa. No PC de casa, tenho uma pasta para atalhos, e meus ícones se limitam à Lixeira, Meu Computador e dois ou três arquivos que esteja trabalhando no momento. No trabalho, as coisas são um pouco mais complicadas. Seja como for, muitos arquivos no desktop pode significar menos produtividade e mais stress. Mesmo sendo tecnologicamente organizado, o Fences me ajudou, imagine para pessoas cujo o desktop é uma Lojas Americanas em dia de saldão. Este ótimo programa organiza os ícones em grupos facilitando o acesso e, de quebra, deixa a área de trabalho esteticamente mais agradável
Os usuários de Mac sofrem menos com a desorganização do desktop graças ao maravilhoso dock que organiza, mas quem trabalha com muitos arquivos acaba usando a área de trabalho como depósito e também pode precisar de uma mãozinha extra para organizar sua tela. O Fences é exclusivo para Windows, mas os usuários de Mac também estão bem servidos com o Desktop Groups.
LASTPASS
Eu não sei você, mas eu gasto um tempo considerável fazendo logins em sites, e definitivamente não me sinto seguro em permitir que navegadores armazenem as minhas senhas. Isso significa que tenho que me logar diversas vezes por dia em diversos sites. O LastPass foi o último programa a entrar para a minha lista de “indispensáveis” e todos os dias eu agradeço por ele existir.
O que ele faz é algo aparentemente simples: armazenar todas as suas senhas em um só lugar e logar você automaticamente quando você acessa um site memorizado. Mas ele executa isso de forma muito eficaz. Ao instalá-lo no seu navegador, você define uma senha-mestra (única, por favor) e a usa cada vez que acessar o navegador. Mas isso não é perigoso? Essa senha mestra é criptografada no momento em que você se loga, mas não custa rezar um pouco para que nenhum “Anonymous” tente hackear o LastPass, que ainda oferece um sistema extra de proteção em forma de pen drive (se você pagar por isso). Um outro recurso legal é que ele avisa quando sua senha é fraca ou você já utiliza em outro site, e ainda possui um ótimo criador de senhas.
Outros bons recursos incluem compartilhar o login de um site com um amigo sem precisar dar a senha para ele. Ou compartilhar notas secretas com outro usuário LastPass. Também é possível criar identidades diferentes para cada lugar que você acessa, por exemplo os sites do trabalho você só permite no trabalho e os sites de casa você só permite em casa. Legal, não?
Dica: Para garantir que a senha do LastPass não fique salva no navegador, marque a opção de limpar dados ao sair dentre as opções do seu Chrome, Firefox ou Safari.